terça-feira, 18 de agosto de 2009

Como uma folha

Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva a menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.

Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva. Me entregou uma folha de papel lisa e me disse:

- Amasse-a!

- Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.

- Agora - voltou a dizer-me - deixe-a como estava antes.

É óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentei, o papel ficou cheio de pregas.

Então, disse-me o professor:

- O coração das pessoas é como esse papel... A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.

Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar lembro deste papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.

Quando magoamos com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.


Alguém disse, certa vez: "Fale quando tuas palavras sejam tão suaves como o silêncio". Como uma folha.

Nenhum comentário: