terça-feira, 10 de junho de 2008

9 verdades sobre o perigo da cerveja!




1ªA CERVEJA MATA?

Sim. Sobretudo se a pessoa for atingida por uma caixa de cerveja com garrafas cheias. Anos atrás, um rapaz, ao passar pela rua, foi atingido por 1 caixa de cerveja que caiu de um caminhão levando-o a morte instantânea. Além disso, casos de infarto do miocárdio em idosos teriam sido associados as propagandas de cervejas com modelos.
2ª O USO CONTINUO DO ALCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS? Não, o álcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas .
3ª CERVEJA CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA?
Não.
89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem whisky.
4ª MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO?
Sim.
Está provado que, nas blitz, a polícia nunca pede o teste do bafômetro pras gestantes... . E se elas tiverem que fazer o teste de andar em linha reta, sempre podem atribuir o desequilíbrio ao peso da barriga.
5ª CERVEJA PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS?
Não.
Uma experiência foi feita com mais de 500 motoristas: foi dada 1 caixa de cerveja para cada um beber e, em seguida, foram colocados um por um diante do espelho. Em nenhum dos casos, os reflexos foram alterados.
6ª EXISTE ALGUMA RELAÇÃO ENTRE BEBIDA E ENVELHECIMENTO?
Sim.
A bebida envelhece muito rápido... Para se ter uma idéia, se você deixar uma garrafa ou lata de cerveja aberta ela perderá o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.
7ª A CERVEJA ATRAPALHA NO RENDIMENTO ESCOLAR?
Não, pelo contrário. Alguns donos de faculdade estão aumentando suas rendas com a venda de cerveja nas cantinas e bares na esquina.
8ª O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES?
Inúmeras pesquisas vinham sendo feitas por laboratórios de renome e todas indicam, em primeiríssimo lugar, o garçom.
9ª A CERVEJA CAUSA DIMINUIÇÃO DA MEMÓRIA?
Que eu me lembre, não.





segunda-feira, 5 de maio de 2008

O trem das onze

Lamartine Barbo




BIOGRAFIA
(http://br.geocities.com/biografiaschiado/BiografiaLamartineBabo.htm
)


Lamartine de Azeredo Babo, compositor, cantor, revistógrafo, humorista e produtor. Nasceu no dia 10/1/1904, Rio de Janeiro, RJ e morreu na mesma cidade no dia 16/6/1963, vítima de enfarte.

Filho de Leopoldo de Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves de Azeredo Babo, Lamartine que tinha onze irmãos, foi um dos três filhos que chegou a idade adulta, bem como seu irmão Leopoldo (1885-1952) e sua irmã Indiana (1891-1975), pois todos os outros morreram ainda na infância. Mas, mesmo com tantas desgraças, os pais de Lamartine eram pessoas alegres, festeiras e amantes da música, promoviam saraus dos quais participavam Catulo da Paixão Cearense e Ernesto Nazareth; D. Bernarda, sua mãe e suas irmãs tocavam piano e desde criança, Lamartine convivia com a música nas salas de espera dos cinemas, levado por seu pai. Lamartine começou a compor cedo, aos 13 anos de idade. Estudava no Colégio São Bento e lá venceu um concurso de poemas. Entusiasmado com o sucesso, compôs logo em seguida o foxtrote Pandoran e a valsa Torturas de amor.

Em 10 de junho de 1916, seu pai faleceu, e Lamartine e sua mãe foram então morar com Indiana, já casada. Em 1920 Lalá (como era conhecido) saiu do colégio São Bento e, como sua família passava por dificuldades financeiras, teve que parar de estudar para trabalhar como office-boy da Light. Nas horas vagas, Lalá compunha e se entrosava com artistas e jornalistas da época. Em 1923 Lamartine conheceu Alda, a grande paixão de sua vida. Namoraram durante dois anos, até que, sem nenhuma explicação, Alda viajou e comunicou o rompimento do namoro por carta, ao compositor, que ficou visivelmente abalado, principalmente ao saber que Alda suspeitava estar com tuberculose.

No ano seguinte, Lalá trocou o emprego da Light por outro numa Companhia de Seguros, que durou até o dia em que seu chefe flagrou-o batucando na mesa e mordendo a língua compulsivamente, (seu cacoete mais conhecido ao compor) durante o expediente. Desempregado, passou a dedicar-se mais ao teatro de revistas e ao jornalismo. A convivência com Eduardo Souto, Bastos Tigre e outros revistógrafos abriu caminho para que trabalhasse apenas com o teatro musicado e o jornalismo, escrevendo em várias revistas.

Em 1929, Lamartine aproximou-se do Bando de Tangarás, conjunto musical composto por Noel, João de Barro, Almirante, Alvinho e Henrique Brito e tornou-se um dos adendos do grupo que, no total, gravou oito músicas de Lalá. Ainda nesse mesmo período, estreou na rádio PRB-7, Rádio Educadora. Foi o primeiro de vários programas: Horas Lamartinescas Radioletes, A canção do dia, Perfis e Perfídias, O clube da meia-noite, (na Rádio Mayrink Veiga), que continuou depois com o nome de Clube dos fantasmas (na Rádio Nacional), Vida pitoresca e musical dos compositores, sendo que, o primeiro compositor abordado por Lamartine foi ele mesmo, por sugestão de Almirante. Assim sendo, contou uma passagem ocorrida na sua estréia no rádio: "... quando acabei de cantar, alguém me disse assim: ‘Sr. Lamartine, estão lhe chamando ao telefone.’ E eu fui radiante atender ao chamado. E uma voz de homem :

- Alô, que fala?

- É da Rádio Educadora

- Quero falar com o Sr. Lamostine

- Não é Lamostine, meu senhor, é Lamartine. Sou eu mesmo.

- Ah! É o senhor... muito bem. Olhe, sr. Lamartine, vá cantar no rádio que o parta..."

Um outro programa que fez muito sucesso foi o Trem da alegria, ao lado do radialista Héber de Bôscoli, que era o maquinista e sua esposa, Yara Salles, a foguista. Lalá apresentava-se como guarda-freios do trem. Sendo os três muito magros, ficaram conhecidos como o Trio de Osso, fazendo uma alusão ao famoso trio da época, o Trio de Ouro. Foi nesse programa que Héber, certa vez, desafiou Lalá a fazer um hino para cada clube de futebol do Rio de Janeiro. Lalá passou a apresentar, então os hinos que ia compondo:


Hino do Flamengo:

Uma vez Flamengo,

Sempre Flamengo

Flamengo sempre eu hei de ser

É meu maior prazer

Vê-lo brilhar

Seja na Terra

Seja no mar

Vencer, vencer, vencer

Uma vez Flamengo

Flamengo até morrer!



Na regata ele me mata

Me maltrata, me arrebata

Que emoção no coração

Consagrado no gramado

Sempre amado, o mais cotado

Nos Fla-Flus é o ai, Jesus...



Eu teria um desgosto profundo

Se faltasse o Flamengo no mundo!

Ele vibra, ele é fibra

Muita libra já pesou

Flamengo até morrer eu sou!




Hino do Fluminense:

Sou tricolor de coração

Sou do clube tantas vezes campeão

Fascina pela sua disciplina

O Fluminense me domina

Eu tenho amor ao tricolor...



Salve o querido pavilhão

Das três cores que traduzem tradição

A paz, a esperança

E o vigor unido e forte

Pelo esporte eu sou é tricolor...



Vence o Fluminense

Com o verde da esperança

Pois quem espera sempre alcança

Clube que orgulha o Brasil

Retumbante de glórias

E vitórias mil...



Vence o Fluminense

Com o sangue do encarnado

Com calor e com vigor

Faz a torcida querida

Vibrar de emoção

O tri-campeão



Vence o Fluminense

Usando a fidalguia

Branco é paz e harmonia

Brilha com o sol da manhã

Com a luz de um refletor

Salve o Tricolor!




Hino do Vasco:

Vamos todos cantar de coração

A Cruz de Malta é o teu pendão!

Tens o nome do heróico português

Vasco da Gama a tua fama assim se fez

Tua imensa torcida é bem feliz...

Norte a Sul, Norte a Sul destes Brasis

Tua estrela na Terra a brilhar

Ilumina o mar...



No atletismo és um braço

No remo és imortal

No futebol és o traço

De união Brasil-Portugal



Hino do América:

Hei de torcer, torcer, torcer

Hei de torcer até morrer

Morrer, morrer

Pois a torcida americana é toda assim

A começar por mim

A cor do pavilhão

É a cor do nosso coração



Nos nossos dias de emoção

Toda torcida cantará esta canção:

Tralalá... lá... lá... lá...

Tralalá... lá... lá... lá...

Tralalá... lá... lá... lá...



Campeões de 13... 16... e 22

Tralálá

Temos muitas glórias

Surgirão outras depois

Tra...lá...lá....

Campeões com a pelota nos pés

Fabricamos aos montes aos dez...

Nós inda queremos muito mais

América! Unido vencerás...!



Hino do Botafogo:

Botafogo! Botafogo!

Campeão de 1910!

Foste um herói em cada jogo

Botafogo!

Por isso é que tu és

E hás de ser

Nosso imenso prazer

Tradições aos milhões

Tens também

Tu és o glorioso

Não podes perder

Perder pra ninguém



Noutros esportes tua fibra

Está presente

Honrando as cores do Brasil

De nossa gente

Na estrada dos louros

Num facho de luz

Tua estrela solitária te conduz!



Dos vários concursos promovidos pelos órgãos públicos, Lamartine só ganhou dois: em 1930, o concurso da Revista o Cruzeiro, com o samba Bota o Feijão no fogo e no ano seguinte, num concurso da Cada Edison, ganhou o primeiro lugar com a marcha Bonde errado, de sua autoria mas, não se sabe porquê, a marcha saiu no nome de duas de suas colegas: Célia Borchert e Áurea Borges de Souza. Lalá foi tornando-se conhecido graças ao seu bom humor e à facilidade de fazer piadas e trocadilhos. Saiu de casa e foi morar com uns amigos, para ver se tinha maior liberdade. Foi quando reencontrou Alda, sua antiga namorada e reataram o namoro. O problema é que Lamartine estava namorando Baby (Bebinha), que era uma parente distante e com quem relacionou-se por dezessete anos, e não teve coragem de dizer para nenhuma das duas que mantinha relações com ambas, levando em frente os dois relacionamentos até que Alda descobriu e rompeu definitivamente com o compositor.

Lamartine foi ficando cada vez mais conhecido, seu nome já era comum nos jornais e revistas. Fez parte do famoso Ases do Samba, ao lado de Francisco Alves e Mário Reis. Os dois cantavam e Lamartine contava piadas. Em 1932 foi consagrado com O teu cabelo não nega e, no ano seguinte, com Linda Morena. Sempre fora magérrimo, o que proporcionou a confecção de inúmeras caricaturas (no início de 1949 um grande incêndio destruiu o arquivo do compositor, onde se encontravam guardadas, entre outras preciosidades, os originais de O teu cabelo não nega, Serra da Boa Esperança e ainda a coleção de caricaturas de Lalá, que era imensa e muito prezada por ele) e muitas piadas sobre esse assunto, a maioria delas vindas do próprio compositor. Certa vez, ao ser convidado para ser juiz, num jogo de futebol, disse: "- Aceito, desde que não vente". Num outro momento disse : "-Não foi à toa que Deus me fez magro assim - homem de poucos quilos, poeta de muitos quilates..." Apresentado por um amigo a um admirador: - Este é o grande Lamartine Babo, em carne e osso. E Lalá: "-Exagero, exagero. Em osso só, em osso só". Várias vezes declarou também que não dava fotografia a suas fãs. Dava radiografias. Já no fim da vida, quando descobriu que a entrevista que dera seria preterida pela cobertura que a TV fizera sobre a chegada de Tom Jobim dos Estados Unidos, Lalá comentou: "- Quer dizer então que na verdade eu estou um tom abaixo?" E a melhor, para terminar. Certa vez, ao entregar um telegrama no guichê dos Correios, notou que um dos funcionários batia com o lápis, em código Morse, para o colega, referindo-se a Lamartine: "- Magro e feio". E o Lalá, de lápis na mão, também bateu em Morse: "- Magro, feio e ex-telegrafista".

Em 1947 Lamartine conheceu Maria José, com quem se casou em 19 de março de 1951, numa cerimônia fechada, escondido de seus amigos e com ela viveu até o fim de sua vida. Justificou-se depois, disse que não convidou ninguém porque não ia ter lugar na igreja para tanta gente...

Desestimulado com o rumo que as competições carnavalescas tomaram, Lalá parou de compor para carnaval, e assumiu novos compromissos, como por exemplo na UBC (União Brasileira de Compositores), onde foi suplente de diretor (1942), secretário (1949/1950), presidente (1951/1952), tesoureiro (de 1955 a 1958) e, de 1958 até sua morte, em 1963, foi indicado para conselheiro permanente da UBC. Passou a trabalhar também para a televisão, onde fazia vários programas, entre eles o Baú do Lamartine e o Carnaval do passado. A partir da década de 60 começou a produzir discos, ligado à gravadora Copacabana.

Em fevereiro de 1963 Lalá teve um enfarte, mas conseguiu recuperar-se. Porém, estava por vir uma das maiores emoções de sua vida. Carlos Machado preparou um grande show baseado na vida e obra de Lamartine. Este, por sua vez, tentava convencer Carlos que sua vida e obra não davam assunto para um show, e começou a freqüentar os ensaios. Muito emocionado, poucos dias depois teve o segundo enfarte, que foi fatal.

Lamartine Babo se tornou o rei do carnaval. Suas marchinhas e sambas carnavalescos até hoje influenciam compositores.



Principais sucessos:

A. B. Surdo, Noel Rosa e Lamartine Babo, 1930

A.E.I.O.U., Noel Rosa e Lamartine Babo, 1931

As cinco estações do ano, Lamartine Babo, 1933

A tua vida é um segredo, Lamartine Babo, 1932

Aí, hein!, Lamartine Babo e Paulo Valença, 1932

Alma dos violinos, Lamartine Babo e Alcir Pires Vermelho, 1942

Canção para inglês ver, Lamartine Babo, 1931

Cantores do rádio, L. Babo, João de Barro e Alberto Ribeiro, 1936

Chegou a hora da fogueira, Lamartine Babo, 1933 12

Dançando com lágrimas nos olhos (Dancing with tears in my eyes), Joe Burke, Al Dubin e versão de Lamartine Babo, 1931

Dia de jejum, Lamartine Babo e Lyrio Panicalli , 1963

Eu sonhei que tu estavas tão linda, L. Babo e Francisco Mattoso, 1941

Grau dez, Ary Barroso e Lamartine Babo, 1934

Hino do carnaval brasileiro, Lamartine Babo, 1938

História do Brasil, Lamartine Babo, 1933

Infelizmente, Lamartine Babo e Ary Pavão, 1932

Isto é lá com Santo Antônio, Lamartine Babo, 1934

Joujoux e Balangandãs, Lamartine Babo, 1939

Linda morena, Lamartine Babo, 1932

Mais uma valsa, mais uma saudade, L. Babo e J. Maria de Abreu, 1937

Marchinha do grande galo, Lamartine Babo e Paulo Barbosa, 1935

Minha cabrocha, Lamartine Babo, 1959

Moleque indigesto, Lamartine Babo, 1933

Na virada da montanha, Ary Barroso e Lamartine Babo, 1935

No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo, 1930

O sol nasceu pra todos, Lamartine Babo, 1933

O teu cabelo não nega, Lamartine Babo e Irmãos Valença, 1931

Perfídia, Alberto Dominguez e versão de Lamartine Babo, 1941

Pistolões, Lamartine Babo, 1955

Rasguei a minha fantasia, Lamartine Babo, 1934

Ressurreição dos velhos carnavais, Lamartine Babo, 1960

Ride palhaço, Lamartine Babo, 1933

Serra da Boa Esperança, Lamartine Babo, 1937

Uma andorinha não faz verão, Lamartine Babo e João de Barro, 1931,

entre outros...




LETRA DE MÚSICA: O teu cabelo não nega
http://vagalume.uol.com.br/lamartine-babo/o-teu-cabelo-nao-nega.html


O teu cabelo não nega mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor

Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata mulatinha meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor

Quem te inventou meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque mulata tu não és deste planeta

Quando meu bem vieste à terra
Portugal declarou guerra

A concorrência então foi colossal
Vasco da gama contra o batalhão naval


Lamartine Babo-Irmãos Valença, 1931

domingo, 4 de maio de 2008

Chiquinha Gonzaga

Imagem: http://www.overmundo.com.br/agenda/ouvir-chiquinha-gonzaga-na-cultura-inglesa


Francisca Edwiges Neves Gonzaga, precursora da música popular brasileira, enfrentando preconceitos machistas, compôs músicas para 77 peças teatrais e assinou cerca de 2 mil composições. Chiquinha é autora de Ó, abre alas, a primeira marchinha de carnaval do país.Defensora dos direitos autorais dos músicos, foi uma das fundadoras da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, a Sbat, existente até hoje. Socialmente engajada Chiquinha lutou pelo fim da escravidão e apoiou vivamente a causa republicana.




Biografia (http://www.e-biografias.net/biografias/chiquinha_gonzaga.php)

Francisca Edwiges Neves, a Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro, a 17 de outubro de 1847.
Filha de uma família ilustre do Império, Chiquinha Gonzaga educou-se com o Cônego Trindade e com o Maestro Lobo, casando-se, aos treze anos, com Jacinto Ribeiro do Amaral, um oficial da Marinha Mercante.
O casamento durou o tempo de transformar Chiquinha em mãe de cinco filhos. Ela não aguentou mais a reclusão do navio onde seu marido servia e as ordens dele para que ela não se envolvesse com a música.
Naquela época, uma mulher que abandonasse o marido tornava-se responsável por uma "vergonha" que devia enfrentar sozinha. Depois de mais uma experiência amorosa frustrante, Chiquinha Gonzaga compreendeu sua falta de vocação para o casamento. Passou, então, a viver como mulher independente, situação em que pôde revelar sua verdadeira personalidade.
Trabalhou como professora de piano e obteve grande sucesso, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, juntou-se a um grupo de músicos de choro, com quem tocava em festas. Foi a necessidade de adaptar o som de seu piano ao gosto popular que lhe valeu a glória de se tornar a primeira compositora popular do país.
O sucesso de Chiquinha Gonzaga começou em 1877, com a polca "Atraente". A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades. estreiou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de 1885.
Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu a partitura da opereta "Maria". Chiquinha compôs as músicas de 77 peças teatrais, tornando-se responsável por cerca de 2000 composições.
Em 1897, todo o Brasil dançou sua estilização do corta-jaca, sob a forma de tango "Gaúcho", mais conhecido como "Corta-Jaca". Dois anos depois, compôs "Ó Abre Alas", a primeira marcha carnavalesca que se tem notícia. E foi cercada dessa glória que Chiquinha Gonzaga viveu até 28 de fevereiro de 1935, às vésperas do carnaval, festa que ela tanto amava.



LETRAS: Ô Abre Alas / Lua Branca


Ô Abre Alas

Composição: Chiquinha Gonzaga

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar (2 X)

Eu sou da Lira,
Não posso negar (2 X)

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar (2 X)

Rosas de Ouro é quem vai ganhar (2 X)

Letra:
http://letras.terra.com.br/chiquinha-gonzaga/242251/



Lua Branca
Composição: Chiquinha Gonzaga

Ó, lua branca de fulgores e de encanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda . comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim

Letra: http://letras.terra.com.br/chiquinha-gonzaga/386811/


YOU TUBE: Lua Branca




Estão Disponíveis no site letras.com.br letras de músicas da compositora: http://letras.terra.com.br/chiquinha-gonzaga/

Site Oficial:
http://www.chiquinhagonzaga.com/

Isto Aqui, O Que É? / É Luxo Só / No Rancho Fundo

ISTO AQUI, O QUE É?
Composição: Ary Barroso

Isto aqui ô ô,
É um pouquinho de Brasil, iá iá
Deste Brasil que canta e é feliz,
Feliz, feliz

É também um pouco de uma raça,
Que não tem medo de fumaça ai, ai,
E não se entrega não

Olha o jeito nas cadeiras que ela sabe dar,
Olha só o remelexo que ela sabe dar
Olha o jeito nas cadeiras que ela sabe dar,
Olha só o remelexo que ela sabe dar

Morena boa que me faz penar,
Poe a sandália de prata,
E vem pro samba sambar.

Morena boa que me faz penar,
Poe a sandália de prata,
E vem pro samba sambar.


Letra: http://letras.terra.com.br/ary-barroso/322003/



YOU TUBE: Isto aqui o que é - Simone




É Luxo Só
Composição: Ary Barroso / Luiz Peixoto

Êta samba cai
Pra lá, cai pra cá, cai pra lá,
Cai pra cá
(bis)
Mexe com as cadeiras mulata
E no requebrado me maltrata, ai, ai,
Samba, samba,
Sem teleco-teco, não é samba.
O meu samba não vem sozinho
Traz muito amor
Traz alma e carinho
Olha essa mulata quando dança,
É luxo só
Quando todo o seu corpo se balança
É luxo só
Tem um quê, que traz a confusão
O que ela tem meu Deus
É compaixão
Êta morena bamba
Olha essa mulata quando dança
É luxo só
Quando todo o seu corpo se balança
É luxo só
Porém seu coração se agita
E palpita
Mais ligeiro
Nunca vi compasso
Tão Brasileiro.

Letra:
http://letras.terra.com.br/ary-barroso/163034/


YOU TUBE:Verônica Ferriani - É Luxo Só (no Carioca da Gema)



No Rancho Fundo
Composição: Ary Barroso / Lamartine Babo

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...

No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as máguas
Tendo os olhos rasos d'água...

Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro...

Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno...

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia...

Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Ja morreu na cordilheira...

Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza...

Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê...

Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá prá cima
Todo o amor que há na terra...

Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade...

Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo...

Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena...



Letra: http://letras.terra.com.br/chitaozinho-e-xororo/45230/


YOU TUBE: Rancho Fundo - Chitãozinho e Xororó

ARY BARROSO





Compositor mineiro (7/11/1903-9/2/1964). Criador do samba exaltação, Ary Evangelista Barroso é autor de Aquarela do Brasi , uma das músicas brasileiras de maior sucesso no exterior, gravada em 1939 por Francisco Alves, regravada inúmeras vezes e eleita, em 1997, a canção mais importante da música popular do país nos últimos 100 anos.
Aos 12 anos trabalha como pianista no cinema Ideal, em Ubá (MG), sua cidade natal. Em 1921 muda-se para o Rio de Janeiro, onde viveria por mais de 40 anos. Nos anos 30 compõe para o teatro musicado carioca.

É autor da trilha sonora do filme Você Já Foi à Bahia? (1944), de Walt Disney, que concorreu ao Oscar e recebeu um diploma de mérito da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
A partir de 1943 mantém por vários anos o programa A Hora do Calouro, na Rádio Nacional, então líder de audiência, no qual revela novos talentos, como a cantora e compositora Dolores Duran e Luiz Gonzaga. Trabalha também como locutor esportivo.
É autor de centenas de composições, entre elas No Tabuleiro da Baiana, Na Baixa do Sapateiro, No Rancho Fundo, Risque, Tu. Em 1946 elege-se vereador do então Distrito Federal pela União Democrática Nacional (UDN). Morre no Rio de Janeiro.

Retirado de: http://www.algosobre.com.br/biografias/ary-barroso.html




Por uma aposta feita com Haroldo Barbosa numFla x Flu, Ary teve que raspar o bigode, pois o Flamengo perdeu: http://ideiadeculturabrasileira.blogspot.com/2007/06/ary-barroso-um-rubro-negro.html





Ary Evangelista Barroso , nascido em Ubá, Minas Gerais, sete de novembro de 1903, falecido em Rio de Janeiro, RJ, nove de fevereiro de 1968.

Qualquer lista dos dez maiores compositores da nossa música popular - os caras que moldaram o que hoje se entende por MPB - tem de ter o nome de Ary. Isso, se não começar por ele. É que tanto pela ordem alfabética quanto cronológica, o cara é o primeiro grande nome - a menos que se inclua Sinhô, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga ou Zequinha de Abreu, o que é discutível numa lista de apenas dez. Além disso, Ary bate ponto duas vezes no ainda mais seleto time dos que fizeram as 20 músicas mais gravadas no Planeta. Bahia (Na Baixa do Sapateiro) e Brazil (Aquarela do Brasil) são hits em qualquer elevador ou sala de concerto do mundo todo até hoje. E você lembra de algum show de artista estrangeiro onde no momento alôu Brazil! a escolhida pra ser executada (literalmente) não tenha sido a pobre da Aquarela? (Se bem que eu vi um inesquecível espetáculo do Centro de Difusão Cultural da Comunidade Chinesa de Miami - JURO! EU VI!!! -, onde o hit foi Ssi-dá-dji Maravirôuza... - não me pergunte o que que eu tava fazendo lá...)

Mas não é só pela unanimidade em torno de seu trabalho como compositor que Ary é história. Não fosse Ary Barroso, seu nome seria Legião. Pianista, cunhou um estilo econômico que teve eco em figuras do peso de seu amigo Tom Jobim. Como compositor de trilhas ou autor de revistas teatrais, só trabalhou menos que o já citado Sinhô. Vereador, foi um dos principais responsáveis pela construção de um estádio de sonho chamado Maracanã - que, na época, provocava risos quando alguém dizia que um dia ia lotar. Além disso, tentou (inutilmente) implantar no Rio de Janeiro de seu tempo uma idéia completamente estrambótica: coleta seletiva de lixo.

Também como cronista de jornal, se não chegou ao nível de seu inimigo-público-número-um Antônio Maria, saiu-se muito bem, em acaloradas discussões impressas, coloquiais e corrosivamente ferinas, geralmente contra o próprio Maria. Isso, aliás, sempre foi outra característica marcante de Ary: patrolava sem o menor dó ou piedade qualquer convicção diferente da sua. Com a mesma paixão com que lutou a vida toda pela moralização da arrecadação do Direito Autoral.

Pensa que acabou? Tem mais! Como homem de rádio e TV, apresentou vários programas, de invariável sucesso. No mais lendário deles, Calouros em Desfile, aterrorizava os candidatos ao estrelato, mas era uma garantia de sucesso pra quem realmente tivesse café no bule. Elza Soares, pobre de marré, foi se apresentar lá. Magérrima, desgrenhada, com um vestido emprestado muito maior que ela, provocou o comentário imediato de Ary: - Mas de que planeta você veio? E ela, na chincha: - Planeta Fome, seu Ary (bã). Cantou, arrasou e ainda conseguiu uma inédita ganhada do temível apresentador. Já outro candidato disse que ia interpretar um sambinha do dono do programa. Quase foi esbofeteado. Afinal, sambinha é a mãe. Um terceiro estava prestes a interpretar uma página de Tom e Vinícius. O poeta e diplomata era então muito mais famoso que o jovem compositor, e o candidato lascou: - Se Todos Fossem Iguais a Você, de Vinícius de Morais. Ary, velho batalhador pela causa do direito autoral, intercedeu já furioso: - Mas como Vinícius?!? E o Tom?

- Mi maior, seu Ary.

Entre essas e outras, foram lançados pelo programa um menino prodígio chamado Lúcio Alves, um exímio tocador de chorinhos ao acordeon chamado Luiz Gonzaga e por aí vai. Sem falar na importância da força de Ary na consodolidação de carreiras que custaram a engrenar, como a da eterna Divina Elizeth Cardoso.

Mas o maior Ary, o mais apaixonado, a face sua em que depositava maior energia, era o flamenguista. Mais até que compositor, Ary era rubro-negro. Em cada fibra de seu coração. A paixão esportiva não arrefecia nem quando, microfone em campo, ele transmitia futebol pelas rádios do Rio. Aliás, como narrador ele transformou uma função até então enfadonha e burocrática num torvelinho de emoções, inda mais se em algum dos lados do tapetão estavam as cores do seu amado Mengo. Torcia desavergonhadamente. E dê-lhe a gaitinha de boca, que era sua marca registrada para registrar os gols. Gol adversário merecia uma passadinha rápida de boca no instrumentinho. Gol do Mengo incorporava o Edu da Gaita.

E se essa manha da gaita-de-boca não emplacou, outras invenções radialísticas suas acabaram incorporadas às tranmissões de jogos de futebol até hoje - e ninguém mais lembra que foi dele a idéia original. Comentarista, por exemplo, Ary foi o primeiro. Essa estória de repórter de campo, microfone em punho em busca da primeira declaração do goleador, também foi coisa dele. Sem falar que nada detinha o implacável narrador. Transmitiu jogos até de cima de telhados. A todas essas, sendo antes de qualquer outra coisa flamenguista doente. Por isso, quando transmitia jogos de seu time, os ouvintes já nem estranhavam se a figura invadia o campo pra xingar o juiz, abandonava o microfone pra incentivar os jogadores ou mesmo emprestava sua gravata pra servir de tala pra um jogador chamado Jaú, que machucou a clavícula num lance contra um time inimigo.

Ary foi o primogênito da família Evangelista, nascido numa Ubá que, em 1903, era um ermo perdido nos interiores do Planeta Minas. Mas isso não impedia que seu pai, João Evangelista, fosse um típico bon-vivant da belle époque mineira: poeta, tocador de violão, cantor de modinhas, boêmio e advogado. Tal pai, tal filho. Vinte e poucos anos depois, Aryzinho - o único filho a se criar -, era já um aclamado letrista, tocador de piano, compositor de sambinhas, boêmio e... bacharel em direito. Só não chegou a advogar.

(In) felizmente o doutor João não chegou a ver a consagração do filho, já que ele e a esposa morreram quando Ary tinha apenas sete anos. Órfão de pai e mãe, o menino passou a ser criado pela tia e pela avó. E Tia Ritinha queria porque queria que o sobrinho fosse um concertista famoso. A partir de seus dez anos de idade, o pobre garoto era submetido a três obrigatórias horas diárias sentadas à frente do teclado do piano. Até morrer, sempre se lembrou daquelas horas como as piores da sua vida. Mas deu em ganha-pão: ele levava tanto jeito pra coisa que aos 12 anos, em 1915, já trabalhava no cinema de Ubá, acompanhando os filmes mudos que passaram na telinha. Este resto de infância órfã e pobre, seguida de uma adolescência idem, justificariam plenamente todas as extravagâncias que cometeria anos mais tarde, como o piano vermelho decorado com motivos chineses em alpaca amarela que tinha no centro da sala de sua casa (que, por sua vez, dava para piscina imitando lagoa tropical forrada de azulejos desenhados com... a partitura de Aquarela do Brasil!!!).

Mas a sorte lhe sorriu pela primeira vez bem antes disso. Tinha 17 anos quando morreu um tio muito querido que o nomeara herdeiro de uma pequena fortuna de 40 contos de réis. Claro que não era o momento de receber uma bolada dessas. Com o pretexto do curso de direito, o rapaz se mandou pro Rio de Janeiro e caiu na farra. Em dois anos tinha torrado meticulosamente cada níquel. No que dependeu dele, não teve puta pobre nem garçom de cara feia na Capital Federal do comecinho dos anos 20.

Acabada a grana, a única solução foi relembrar as aulas da tia e, tocando piano, tentar levantar algum pra pagar a faculdade e a pensão. Tocou em cinemas, cabarés, grandes e pequenas orquestras, excursionou e, aos poucos, afamou-se. Nesse meio tempo, abriram-se para o jovem duas novas frentes de interesse: a primeira era o teatro de revista, então vivendo sua época áurea. Entrou na parada em grande estilo, levado por dois cobras do gênero - Olegário Mariano e Luís Peixoto. Participaria de mais de 60 montagens, em várias delas escrevendo roteiro, argumento e trilha. A partir de então, Luís Peixoto - com idade quase para ser seu pai - se tornaria o parceiro mais constante, escrevendo as letras de maravilhas do calibre de Na Batucada da Vida ou Camisa Amarela. Com a junção desses dois talentos, a música popular teria de esperar até Chico Buarque para que um compositor (ou uma dupla deles) atingisse novamente tanta sutileza no trato de sua porção mulher - Assis Valente não conta, que nesse até a porção homem era porção mulher.

Mas estávamos falando de duas frentes de interesse. Pois a segunda tinha treze anos de idade, se chamava Ivone e era filha da dona da pensão. Já viu... A família fez o que pôde pra evitar o infanticídio, mas os dois não desgrudaram até casar. O que aconteceu em 29, o mesmo ano em que Ary finalmente terminou a faculdade de Direito e emplacou seus primeiros sucessos. Vamos Deixar de Intimidade era um samba ainda completamente maxixado, fortemente infuenciado por Sinhô, que ainda era O Rei do Samba. Pois a gravação original de Vamos Deixar de Intimidade foi feita justamente pelo maior intérprete de Sinhô, o bacharel, formado na mesma turma de Ary, Mário Reis. O outro sucesso foi Dá Nela, uma marchinha que - esta sim - apresentava alguma novidade. Tanto que ganhou o primeiro prêmio num concurso de músicas para o Carnaval de 1930. Foi com a grana desses primeiros acertos que o jovem casal de noivos criou coragem para o audacioso enlace matrimonial. E também para a não menos audaciosa decisão de engavetar o diploma do chefe do lar, pra desespero das famílias de ambos os nubentes.

No curto espaço entre 1931 e 34 Ary provaria que estava mais do que certo: definindo rapidamente seu estilo tremendamente inovador para a época, ele assina sua primeira dúzia de obras-primas. Com elas, se firma, ao lado de Noel Rosa, como o maior gênio dessa nova geração que vinha pintando. Enquanto Noel era um genial inovador do conceito de letra na canção popular, Ary incorporava as lições do amigo e ainda fazia sua própria revolução na parte musical. Entre outras coisas, essa safra de músicas paridas neste curto espaço de quatro anos é a principal fonte de referência pra definir o que seria o samba pelos próximos séculos. São dessa época diamantes do quilate de Rancho Fundo, Maria, Caco Velho, Tu e a nunca por demais lembrada Na Batucada da Vida. Pra não falar em Faceira, que Ary classificava de primeiro samba com telecoteco. Ou seja: o primeiro samba puro, totalmente livre das influências do maxixe e da batucada dos morros cariocas (não deixe de procurar a gravação original, com Sílvio Caldas ainda broto e os breques do baterista Luciano Perrone - o mesmo cara que sugeriu a Radamés Gnatalli o arranjo original de Aquarela do Brasil ).

Esse citado amadurecimento musical de Ary como compositor foi um negócio vertiginoso. Poucos meses separam os três acordes de Vamos Deixar de Intimidade (arrá: pensaram que os três acordes eram propriedade do rock'n'roll?!?) dos encadeamentos complexos, com melodias cheias de volteios, de suas composições seguintes. A partir dessas primeiras canções de maturidade, só Custódio Mesquita e, bem mais tarde, Tom Jobim, seriam páreo para ele.

A sua entrada no rádio se dá em 33, como mero figurante. Em pouco tempo era redator, humorista, apresentador, repórter, produtor, pianista, mestre-de-cerimônias, entrevistador, comentarista de futebol e narrador. Mais fodão que ele, só o lendário Almirante. Ary inventou a mais não poder, emplacando um programa de sucesso atrás do outro. Calouros em Desfile e Encontro com Ary foram popularézimos anos a fio.

Reza a lenda que numa noite chuvosa de agosto de 39, Ary estava na sua sala sala, jogando conversa fora com a patroa e um casal de cunhados. De repente, levantou do sofá e disse, indo pro piano (aquele mesmo, vermelho com detalhes amarelos): vou fazer um samba cheio de inovações. Começou imitando no teclado a batida de um tamborim e, meia hora depois, música e letra estavam prontas. O cunhado foi o primeiro a esboçar um protesto que acompanharia a canção até hoje: coqueiro que dá côco, Ary? E você queria que ele desse o quê?!? Ary não deu bola, como faria sempre que voltassem com piadinhas sobre essa mesma frase. Ele, esperto como sempre foi, sabia que estava inventando um gênero, o samba-exaltação. Com sua letra que cantava o bom e o belo dessa terra, estava inaugurando uma nova era, numa época onde marchas e sambas, como diria Noel Rosa, só falavam de mulher, malandragem e prontidão (falta de grana).
Pra comemorar, bebeu sozinho uma garrafa de vinho. Aí sentou de novo no piano e pariu, prontinha, a igualmente lapidar Três Lágrimas.

Podia ter se aposentado ali.

Ou...

Dois anos antes, em 37, Getúlio Vargas resolveu que tinha gostado tanto desse negócio de ser presidente que ia ficar no cargo o quanto desse. Numa época em que ditaduras populistas estavam na moda - vide Hitler e Mussolini -, ele não fugiu à regra e, como seus pares da Alemanha e da Itália, resolveu pegar pesado no nacionalismo como base de governo. Como armas principais, um grande investimento na cultura - e suas indústrias culturais - e na censura. Uma patrulhando a outra. Getúlio sedimentou o rádio, através da liberação dos reclames. Mais tarde, através de uma complicada transação, compraria a Rádio Nacional, emissora que seria anos a fio a maior do País, quase hegemônica.

O rádio, que surgira amador e erudito na década anterior, passa a crescer vertiginosamente a partir de 32, quando Getúlio libera a publicidade no meio. Foi para não haver perigo de desvios de sua meta nacionalizante e unificadora, que Gegê fundou o DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda. Tá lá na ata de fundação: fica a seu cargo não apenas superintender os serviços de radiodifusão no país, como também orientar o rádio brasileiro em suas atividades culturais, sociais e políticas.

E aí, tipo da coincidência, em fins de 39 a Aquarela do Brasil ganha o primeiro prêmio num concurso de música popular promovido - adivinhem? - pelo próprio DIP. E inaugura essa nova fase, fomentada e patrulhada, na música popular brasileira: ufanismo exaltado e caça à bruxa da malandragem, inimiga do pretendido desenvolvimento getulista.

O fato é que nunca se descobriu se a Aquarela foi mesmo composta ou não sob encomenda de Getúlio. Sempre é bom lembrar que Ary foi freguês assíduo dos cachês da Rádio Nacional, mas, por outro lado, alguns versos da música chegaram a ter problemas com a censura. Mas o que importava eram os outros, que cantavam as belezas do Brasil - e resgatavam o perdido termo merencória que, ao contrário do que já foi dito, não é invenção de Ary. Versos estes que acabaram caindo nas graças do maior cantor popular de então: Francisco Alves, o Rei da Voz. Ele ouviu a canção quando de sua estréia, no teatro de revista, pelas vozes de Aracy Côrtes e Cândido Botelho. Chico, que tinha um grande faro para o sucesso, vidrou. Em 18 de agosto de 1939, ainda quentinha do forno da sala de Ary, a Aquarela entra para o acetato pela primeira vez. E com pompa e circunstância: Além do Rei, o estúdio recebia uma imensa orquestra regida por um maestro gaúcho que estava fazendo sua fama na capital: Radamés Gnatalli. Era o começo da carreira daquela que seria a canção brasileira mais conhecida aqui e no exterior, ao lado umas quatro ou cinco canções de Jobim. Mas, mais do que qualquer canção carioca de Tom, a Aquarela se tranformou numa espécie de Hino Nacional Alternativo brasileiro.

Um negócio interessante dessa gravação primeira é que o arranjo era tão elaborado e cheio de orquestrações que ocupou os dois lados de um 78 rpm. Seis minutos da melhor música que se produzia então, dominados em grande parte pela genial célula rítmica criada por Radamés e seu baterista Luciano Perrone: o célebre tchan-tchan-tchan, tchan-tchan-tchan-TCHÃ!. Uma música tão bela, criativa, épica e, ao mesmo tempo, tão útil aos interesses da época, que só podia dar em sucesso. Deu. E internacional.
Walt Disney, em visita de cortesia ao Brasil - parte da ignominiosa Política da Boa Vizinhança do Roosevelt na época da Segunda Guerra -, ouviu a canção, muito mal tocada, num hotel da Bahia. Ele estava procurando inspiração pra seus futuros personagens brasileiros e vidrou: aquilo era exatamente o que faltava. Poucos meses depois, Ary embarcava para os Estados Unidos. Brazil, a canção, tinha sido incluída na trilha do filme Alô Amigos, de Disney, e foi o maior sucesso. Tanto que a Republic Pictures resolveu chamá-lo pra passar uma temporada em Hollywood, pra escrever a trilha de um novo filme que seria chamado justamente Brazil. Foi, fez a trilha, e ainda conferiu o sucesso que a música Brazil estava fazendo por lá. De quebra, assistiu a pré-estréia de Bahia (Na Baixa do Sapateiro) e Os Quindins de Iaiá, cantadas por Aurora Miranda em Você Já Foi à Bahia? (The Three Caballeros), o clássico desenho da Disney... Também passeou tanto com Carmen Miranda que as agências de notícias chegaram a noticiar o casamento dos dois - o que deixaria Ary na posição de bígamo internacional. De quebra, ficou amigo de Benny Goodman, com quem ouvia discos do saxofonista brasileiro Luís Americano - que Goodmann jurava ser um dos maiores do mundo. Até assistir a cerimônia do Oscar ele assistiu, se solidarizando com a humilhante derrota de Humphrey Bogart - que era o favorito a Melhor Ator por Casablanca.

No final do ano, Ary voltaria novamente a Hollywood, desta vez para escrever a trilha de Three Little Girls in Blue, uma estapafúrdia estória passada num Brasil que só existia na cabeça dos produtores de Hollywood. Felizmente para os brasileiros, infelizmente para Ary, o filme acabou não saindo do papel. Mas, pra não dizer que ele voltou de mãos abanando, ainda teve a honra de ser homenageado por esta mesma Hollywood. Dia 31 de dezembro de 1944, Ary Barroso recebia o Prêmio de Mérito da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas pelo samba Rio de Janeiro, da trilha do filme Brazil. Teve gente ufanista que até se confundiu e achou que ele tinha ganho era o Oscar...

O fato é que Ary poderia ter se dado muito bem tanto em Hollywood quanto na Broadway. Não deu porque não quis se mudar pros Isteites - e olha que Disney pediu.
- Don't have Flamengo era a invariável resposta. Pra sua mulher Mariúza, confidenciava: - Jamais conseguiria viver num lugar onde todos os botões funcionam. E ponto. Não adiantaram nem as intercessões da amiga e mega-star Carmen Miranda ou de Aloysio de Oliveira, líder do Bando da Lua e consultor de Disney para assuntos de música latina.

Neste mais de meio século, a Aquarela teve várias centenas de regravações, em lugares que nunca viram um trovador, que o dirá cantando de novo. Só nas Filipinas já pintaram três versões. A canção está entre as 10 mais gravadas da história, junto com Something, do George Harrison, e Garota de Ipanema, de Tom Jobim. Aliás, não só Aquarela do Brasil/Brazil. Na Baixa do Sapateiro/ Bahia já em 1945 entrava no seletíssimo clube das canções com mais de dois milhões de execuções só nos Estados Unidos. Clube onde também estão a já citada Garota de Ipanema, mais Meditação e Desafinado, também de Jobim. Afinal, só no Brasil, foram mais de uma centena de versões. Não dá pra não lembrar, além da original de Chico Alves, da afro de Elis Regina - no disco Saudades do Brasil - e da pop de Gal - no seu songbook de Ary chamado Aquarela. E, é claro, da bossa reinventada pelo trieto João Gilberto, Caetano & Gil, no monumental disco Brazil.

Em 1946, no auge de sua popularidade, Ary arriscou e foi o vereador mais votado naquela que foi a primeira eleição direta para vereador na Câmara Municipal do Rio, na época Capital Federal. O partido era a UDN, a União Democrática Nacional, oposição ao PTB de Getúlio Vargas. Foi implacável em discursos notáveis e em tudo o mais de que a gente já falou na abertura deste texto. Paralelamente a seu desempenho por assim dizer camarístico, ele passou a excursionar pelo exterior com o grande sonho de sua vida: a Orquestra de Ritmos Brasileiros. Novos convites para ficar, desta vez vindos no México e na Argentina. Pero todavia no hubiera Mengo.

Em 1955, ganha a Ordem Nacional do Mérito, a maior honraria dada pelo Governo Brasileiro. A seu lado, também levando o mesmo prêmio, Villa-Lobos - que, dizem as más línguas, ficou puto de ter de dividir a homenagem com um compositor de sambas e marchinhas. Por essa mesma época, além de continuar a mil no rádio, começa a fuçar na TV. Amplia sua atividades políticas para a diretoria do Flamengo. Dorme pouquíssimo, fazendo uma ronda noturna obrigatória de dar inveja a qualquer boêmio de cepa. Em função disso tudo, compõe menos que nas décadas anteriores, mas com qualidade inalterada. Risque é de 52, É Luxo Só, de 57.

Em 58, Jobim, João Gilberto e Vinícius de Morais fundam a Bossa-Nova. De Tom ele já era fã - "Esse Tom Jobim é um gênio", costumava proclamar aos quatro ventos, pra quem quisesse ouvir. Vinícius ele conhecia desde o tempo em que tomavam uns drinques na mansão de Carmen Miranda em Beverly Hills - talvez até de antes. E João Gilberto... Bem, João passaria toda sua vida gravando canções de Ary. Não tinha como ele não gostar dos garotos dessa turma, ainda que alguns deles fossem meio iconoclastas. Mas mesmo os mais ferrenhos críticos do que passaram então a chamar de Velha Guarda eram unânimes em salvar Ary e Caymmi desse balaio. Aí, pra completar, seu velho amigo Aloysio de Oliveira voltou pro Brasil e se transformou no produtor número um dos discos dessa turma.

Aí, ao invés de ficar mordido com o fato de perder a vanguarda da música brasileira, Ary resolveu apadrinhar o movimento. Tem uma foto clássica que reúne Tom, Ronaldo Bôscoli e Carlinhos Lyra em posição de tótem, Ary acima de todos. E ele não cansava de louvar os meninos. Até porque o que eles estavam fazendo não deixava de ser samba. Um samba novo e sofisticado, mas samba. Nada a ver com aquela maré de boleros grudentos e guarânias melequentas em que a música da época estava imersa e que desesperavam o já quase velho compositor.

Mas o fato de apadrinhar o nascente movimento não o ajudou a voltar às paradas de sucesso. Em função de sua furiosa luta pelos direitos autorais, os programadores das rádios estavam cada vez mais boicotando suas canções. Quando via que isso estava acontecendo, Ary metia a boca sem papas na língua. Aí, em contrapartida, o boicote aumentava. Mas isso não o derrotava. Continua trabalhando muito e bebendo hectolitros de uísque em suas jornadas noturnas. Sem falar que baixou sua média para quatro horas de sono por noite. O doutor me disse para beber uísque com soda, e moderadamente. Bebo puro. E quase sem moderação. Aos poucos, a saúde foi baqueando. Um dia, no banheiro de uma boate, chegou à triste conclusão: quando eu cheguei ao Rio, escrevia meu nome completo - Ary Evangelista Barroso - com uma mijada só na areia de Copacabana. Agora não balanço nem a bolinha de naftalina.

Uma caixa de Black and White pra quem visualizou a palavra cirrose se aproximando em velocidade galopante. A partir de 1961, foram três longos anos de sofridas crises e demoradas convalescenças. Mas Ary ainda teria uma imensa alegria. Era a noite de nove de fevereiro de 1964, vésperas de golpe militar, e a Império Serrano entrava na avenida com o enredo Aquarela do Brasil, em homenagem ao maior compositor brasileiro pré-Jobim. Só que desfilaram de luto e atrasados. Entrariam às dez. Às nove e cinqüenta um telefonema avisava que Ary acabava de ser fulminado por um ataque cardíaco. A homenagem tinha sido muita emoção prum corpo já muito abalado. Tipo da ironia besta.



Discografia selecionada

LPs de 10 polegadas

1953 - Orlando Silva canta Ary Barroso - Primeiro Lp com suas músicas. Raridade absoluta;


1954 - Sílvio Caldas canta Ary Barroso - Rádio. Outra raridade.;


1956 - Ary Barroso pelo Trio Surdina - Polydor. O Trio Surdina foi talvez a mais importante formação instrumental dos anos 50. Tinha três gênios absolutos: Fafá Lemos no violino, o lendário Garoto na guitarra e o eterno parceiro de Radamés Gnatalli Chiquinho do Acordeon. O disco é datadaço com a estética da época, mas talvez esse mesmo seja seu encanto;


LPs

1956 - Encontro com Ary - Copacabana. Jóia rara. Idéia brilhante, traz para o disco o clima do programa de rádio onde Ary, sentado no piano, tocava suas músicas, arriscava cantar uma que outra coisinha e, principalmente, confirmava sua fama de excelente papo. Dá de dez em qualquer Unplugged da MTV;


1957 - Garoto, Orquestra e Coro tocam Ary - Odeon. Garoto foi o maior violonista de seu tempo, um inovador dito por muitos como precursor da bossa-nova. Também fazia parte do já citado Trio Surdina;


1958 - Ary Caymmi & Dorival Barroso - Odeon. Produção de gênio da Aloysio de Oliveira, para seu selo Elenco. Metade das faixas tem o piano econômico de Ary acompanhado de baixo, bateria e percussão, tocando as maiores pérolas de Caymmi. As outras trazem o baiano, voz e violão, mostrando versões personalíssimas de sambas-canções de Ary. É luxo só; Foi relançado em CD como um dos discos da espetacular caixa com todos os LPs do Caymmi.


1959 - Meu Brasil Brasileiro (c/ Orquestra de Ary) - Odeon. A Orquestra de Ary Barroso, uma das melhores que esse país já teve, arranjada pelo gênio de Léo Peracchi. Esse LP que é inacreditável por vários motivos. Apenas dois deles são a estupenda qualidade de gravação e o arranjo de Na Baixo do Sapateiro - muito à frente de sua época e de dar inveja ao Stan Kenton. De brinde, o piano enxuto e malemolente de Ary. O disco tem um ou dois corinhos safados, mas são coisas dos anos 50, fazer o quê;


1962 - Dois Amigos: Ernani Filho canta Ary Barroso - Odeon. Ernani foi um dos maiores amigos que Ary teve no final de sua vida. Muito mais jovem, foi infrutiferamente apadrinhado pelo velho. Mas não cantava mal, não;


1989 - Ary Barroso - Série Grandes Autores da MPB - Polygram;


1993 - Ary Barroso - Fundação AABB (lp triplo). Esse você vai ter de se virar pra achar, mas vale à pena. O disco não teve lançamento comercial, e a Associação Atlética do Banco do Brasil distribuiu como brinde de fim-de-ano. Mas só as faixas com o cantor Roberto Paiva já valem a procura. Paiva - como bem lembrou Caetano no encarte de Tropicália II - é o elo perdido entre Mário Reis e João Gilberto, e, na época da gravação, ainda estava em plena forma. Além disso, vários dos músicos que acompanham os cantores foram da orquestra do próprio Ary. Peça pro seu gerente vasculhar os arquivos do Banco senão você cancela a conta.


Cds

1980 - Aquarela do Brasil - Songbook de Ary, pela Gal Costa. Relançado em CD, é um primor de bom-gosto. Gal optou pelo lado mais moderno do compositor, com versões quase pop em alguns casos, mas sempre acertadas. A sua interpretação de Faceira só não é definitiva por causa da original, com Sílvio Caldas e o baterista Luciano Perrone esbanjando malemolência. Quando saiu, o disco vendeu muito e tocou horrores no rádio, lembrando a muita gente quem tinha sido Ary Barroso;


1991 - Ary Amoroso - Sony. Songbook de Ary, pela divina Elizeth, gravado pouco antes da morte dela. Também relançado em CD. Imbuída da sua magistral elegância, Elizeth chamou Rafael Rabello, Maurício Carrilho, Marcos Suzano e uma turminha desse calibre pra fazer com ela um disco definitivo. Se você só puder comprar um disco pra sacar Ary, nem pisque antes de escolher esse. Sem dúvida, o próprio faria o mesmo, ele que passou a vida enchendo Elizeth de elogios - não só musicais, diga-se de passagem. O medley de Caco Velho com Na Batucada da Vida é de arrancar todos os dentes da boca. Só tem à sua altura a versão de Elis - do álbum Elis, de 74, que também vale uma escutadinha.


1993 - O Mais Brasileiro dos Brasileiros - Revivendo. CD. Pra quem tá a fim de gravações originais de época, a pedida é essa. As maiores pérolas de Ary, gravadas entre o final dos anos 20 e os 40. Só a lendária gravação original da Aquarela com o Arranjo de Radamés vale a compra. Mas tem muito mais. Seria a segunda opção, depois de Ary Amoroso;


1995 - Songbooks Ary Barroso (3 CDs) - Lumiar. Uma beleza em três volumes. Tem os melhores nomes da MPB, de Tom Jobim e Dorival Caymmi a Dino Sete Cordas e Carmen Costa, cantando um repertório que vai dos standarts mais óbvios até músicas quase desconhecidas de Ary, arranjadas pelos maiores craques do ramo. Discoteca básica. É, disparado, um dos melhores trabalhos da gravadora-editora Lumiar.



LETRAS DE ARY BARROSO: http://letras.terra.com.br/ary-barroso/

Letras de Ary Barroso


- A "Casta Suzana"
- A cigana lhe enganou
- A vizinha das vantagens
- Amar (ou: Mentira de amor)
- Amizade
- Anistia
- Anoiteceu
- Aquarela do Brasil
- Aquarela mineira
- Assobia um samba
- Aula de música
- Bahia
- Bahia imortal
- Batuca nêga
- Benzinho
- Boneca de Piche
- Brasil moreno
- Caboca
- Cabrocha inteligente
- Cachopa
- Caco Velho
- Camisa Amarela
- Canção da Felicidade
- Canta, Maria
- Cavaignac
- Cavalhada franciscana
- Cem por cento brasileira
- Chama-se João
- Chiribiribi quá quá
- Chula - ô
- Cinco horas da manhã
- Circo de cavalinhos
- Coisas do carnaval
- Colibri
- Como "Vaes" Você
- Como as ondas do mar
- Como se deve amá
- Confessa
- Confissão de amor
- Cuatro palabritas
- Dá Nela
- De Déu em Déu
- Deixa Esta Mulher Sofrer
- Deixa o mundo falar
- Despacho
- Deve Ser o Meu Amor
- Diz Que Dão
- Dois amigos
- Dona Alice
- Dona Helena
- Duro com duro
- É assim que se vai no arrastão
- É bamba
- É do balacubaco
- É do outro mundo
- É Luxo Só
- É mentira, oi!
- E o samba continua
- É pra frente que se anda
- Ela vive chorando
- Em noite de luar
- Escrevi um bilhetinho
- Esquece
- Essa diaba
- Estrela da manhã
- Eu Dei
- Eu gosto de samba
- Eu não sou manivela
- Eu nasci no morro
- Eu sonhei
- Eu sou do amor
- Eu vô!
- Eu vou pro Maranhão
- Faceira
- Faixa de cetim
- Falta De Consciência
- Flor de inverno
- Flor Tropical
- Foi de madrugada
- Folha Morta
- Forasteiro
- Fugiu, fugiu
- Garota colossal
- Gira!
- Grau Dez
- Grave revelação
- Iaiá Boneca
- Inquietação
- Isto Aqui, O Que É?
- Isto É Meu Brasil
- Janjão e Zabé
- Jogada Pelo Mundo
- Juramento
- Laço branco
- Madrugada
- Mal-me-quer, bem-me-quer
- Malandro sofredor (Samba em Mangueira, 1954)
- Maria
- Maria das Dores
- Menina tostadinha
- Meu natal
- Morena Boca de Ouro
- Mulatinho bamba
- Na Baixa do Sapateiro
- Na Batucada da Vida
- Na parede da igrejinha
- Não faz assim meu coração
- Não posso acreditar (ou: Sonhei)
- Não posso mais
- Nega Nhanhã
- Negra também é gente
- Nem ela
- No morro (ou: Eh! Eh!)
- No Rancho Fundo
- No Tabuleiro da Baiana
- Nosso Veio D'um Sonho (De Longe)
- O correio já chegou
- O mar também conhece
- O meu dia há de chegar
- O passo do vira
- O rei do Crioléu (ou: Grand - monde do crioléu)
- Ô-ba!
- Ocultei
- Olha a lua
- Os Quindins de Iaiá
- Palmeira Triste
- Paulistinha querida
- Por Causa Desta Cabocla
- Por especial favor
- Pra Machucar Meu Coração
- Primeiro amor
- Prossiga
- Quando a noite é serena
- Quando a noite vem chegando
- Quando eu penso na Bahia
- Quanto num chorei
- Quem me compreende
- Quem muito corre... (De qualquer maneira)
- Quero dizer-te adeus
- Rio
- Rio de Janeiro
- Risque
- Rosa
- Salada mista
- Samba
- Samba de São Benedito
- Samba no céu
- Sandália de Prata
- Sapateado
- Sem ela
- Sentinela alerta!
- Sonho de amor
- Tenho Saudade
- Terra Seca
- Teus óio
- Trapo de gente
- Três Lágrimas
- Tu
- Um samba em Piedade
- Uma furtiva lágrima
- Upa! Upa! (Meu Trolinho)
- Vai tratar da tua vida!
- Vão pro Scala de Milão
- Viver assim não é vida
- Volta, meu amor
- Vou à Penha
- Vou procurar outro bem
- Zombando da vida

Aracy Cortes




Zilda de Carvalho Espíndola, conhecida como Aracy Cortes, (Rio de Janeiro, 31 de março de 1904 — Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1985) foi uma cantora brasileira.

Nascida no Estácio, foi criada pela madrinha muito severa; cresceu e mudou-se com a família para o Catumbi, aonde teve como vizinho um rapaz negro que tocava flauta, Pixinguinha, o fundador do grupo Oito batutas.

Por iniciativa própria começou a cantar em vários teatros da cidade, tornando-se conhecida pela voz de timbre soprano e o jeito personalista de cantar. O reconhecimento veio com a música Que Pedaço, de Sena Pinto (1923), e em seguida outro sucesso, Jura, de Sinhô (1928). Na esteira do sucesso e já muito enfronhada com o mundo da música, foi ela quem lançou também, na década de 30, outros compositores, então desconhecidos: Ary Barroso, Assis Valente, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola. Com apresentações recorrentes nos teatros de revista, que reuniam a nata do meio artístico, projetou-se como a primeira grande cantora popular, destacando-se em meio ao quase exclusivismo das vozes masculinas da época. Foi dela também a primeira audição de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), a primeira e mais importante canção exportada para os EUA, inaugurando o gênero samba-exaltação.

Aracy revelou-se um dos maiores nomes do gênero samba-canção. Comparado ao bolero pela exploração e exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba-canção (surgido na década de 30) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 60), com o qual Maysa Matarazzo já foi identificada. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.

Maiores Sucessos

Maiores sucessos
1925 - Petropolitana
1925 - Serenata de Toselli
1925 - A Casinha (A Casinha da Colina)
1926 - Serenata de Toselli
1928 - Chora, Violão
1928 - Jura
1929 - Ai, Ioiô
1929 - Yaya (Linda flor)
1929 - "A polícia já foi lá em casa"
1929 - "Vão por mim" - com Francisco Alves
1929 - "Baianinha"
1930 - Você Não Era Assim
1931 - Quero Sossego
1931 - Reminiscências
1932 - Tem Francesa no Morro
1932 - Dentinho de Ouro
1932 - Que é Que...?
1951 - Eu Sou Assim
1951 - Eu Sou Assim


YOU TUBE: Marilia Barbosa e Aracy Cortes




DISCOGRAFIA

1925 - Serenata de Toselli
1925 - A casinha
1925 - Petropolitana
NOV/1928 - Jura / Chora violão
MAR/1929 - Iaiá (Linda flor) / Baianinha
JUL/1929 - A polícia já foi lá em casa / Quem quiser ver...
AGO/1929 - Tu qué tomá meu home / Zomba
AGO/1929 - Quindins de iaiá / Vamos juntar os trapinhos?
OUT/1929 - O amor vem quando a gente não espera / Poeta do sertão
OUT/1929 - Produto nacional (Fruta da terra) / Gemer no violão
NOV/1929 - É no toco da goiaba (com Francisco Alves) / Vão por mim (Harmonia harmonia) (com Francisco Alves)
DEZ/1929 - Eu não preciso de você / Va cumprir o teu destino
JAN/1930 - Meu Senhor do Bomfim / Bem te vi sem vergonha
JAN/1930 - Samba de São Benedito / Juramento
JUN/1930 - Minha Santa Terezinha / Meu Natal
JUN/1930 - Você não era assim / Chora que passa!
AGO/1930 - Sim, mas desencosta / No alto da Serra
SET/1930 - No morro (Eh eh) (com Augusto Vasseur) / Sapateado
SET/1930 - Cabocla cherosa (Itaçucê) / Preto e branco
OUT/1930 - Alma da rua / Chamego
DEZ/1930 - Não quero mais saber de amor / Mulata revoltosa
JAN/1931 - Sou boa pra xuxu / Cada macaco no seu galho
MAR/1931 - Sorris / Dentinho de ouro
ABR/1931 - Quero sossego / Mal de amor
ABR/1931 - Abana baiana / Não sou família
MAI/1931 - À la Araci / Reminiscências
JUL/1931 - Quem me compreende / Teu desprezo
JUN/1932 - Verde e amarelo / A minha dor
JUL/1932 - Recordações de um passado / Velha baiana (com Alberto Ribeiro)
NOV/1932 - Tem francesa no morro / Que é que?
DEZ/1932 - Morena faceira / Você é o homem do meu peito
JAN/1933 - Tô te espiando / Mulher do regimento
MAI/1933 - Tenho vontade / Bate bate
AGO/1934 - Quando meu amor partiu / Um sorriso
JAN/1935 - Neném / Não convém
MAR/1953 - Flor do lodo / Hino à vida
NOV/1953 - Ai ioiô (Linda flor) / Denguinho
AGO/1954 - As cadeiras de iaiá / Um sorriso
1965 Rosa de Ouro (com Clementina de Jesus e Conjunto Rosa de Ouro)
Pot-pourri: Rosa de ouro - Quatro crioulos - Dona Carola - Pam pam pam (Conjunto Rosa de Ouro) / Senhora rainha (Conjunto Rosa de Ouro) / Ai Yoyô (Linda flor) (Araci Côrtes) / Os rouxinóis (Araci Côrtes) / Jura (Araci Côrtes) / Pot-pourri : Escurinho - Se eu pudesse - Nem é bom falar (Conjunto Rosa de Ouro) / Pot- pourri: Sobrado dourado - Clementina, cadê você? - Benguelê - Boi não berra - Siá Maria Rebôlo - Maparaêma (Clementina de Jesus / Conjunto Rosa de Ouro) / Nasceste de uma semente (Clementina de Jesus) / Bate-canela (Clementina de Jesus) / Semente do samba (Clementina de Jesus) / Rosa de ouro (Araci Côrtes)


1967 Rosa de Ouro nº 2 (com Clementina de Jesus e Conjunto Rosa de Ouro)
Pot-pourri: E a rosa voltou - Rosa de ouro - Quatro crioulos - Cântico à natureza (Conjunto Rosa de Ouro) / Isso é que é viver (Conjunto Rosa de Ouro) / Flor do lodo (Araci Côrtes / Conjunto Rosa de Ouro) / A harmonia das flores (Araci Côrtes / Conjunto Rosa de Ouro) / Tem francesa no morro (Araci Côrtes / Conjunto Rosa de Ouro) / Pot-pourri : Palmares - Psiquiatra (Conjunto Rosa de Ouro) / Pot -pourri: Degraus da vida - Mulher fingida - O que será de mim? - Que samba bom - Só pra chatear (Conjunto Rosa de Ouro) / Pot- pourri: Dona Maria, devagar - Clementina, cadê você? - Santa Bárbara (Clementina de Jesus / Conjunto Rosa de Ouro) / Mulato calado (Clementina de Jesus / Conjunto Rosa de Ouro) / Minha vontade (Clementina de Jesus / Conjunto Rosa de Ouro) / Quem sabe um dia? - Rosa de Ouro (Paulinho da Viola).

http://br.geocities.com/cantorasdobrasil/cantoras/araci_cortes.htm

Imagem: http://www.overmundo.com.br/banco/ole-pra-voce

sábado, 3 de maio de 2008

Aquarela do Brasil

Aquarela do Brasil

Ary Barroso

Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...

Esse coqueiro que dá côco
Oi! Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor...

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Huuum!
Essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...

Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Huuum!
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...

Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...

Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...

Oi! Essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil!


Desenho da Disney: AQUARELA DO BRASIL



Retirado de you tube: http://www.youtube.com/watch?v=_mQHr8bAojU&feature=related



Música Popular Brasileira



Música Popular do Brasil
Texto retirado do site Wikipedia

A Música Popular Brasileira, ou MPB, é um gênero musical brasileiro. Apreciado principalmente pelas classes médias urbanas do Brasil, a MPB surgiu a partir de 1966, com a segunda geração da Bossa Nova. Depois, a MPB passou abranger outras misturas de ritmos como a do Rock e o Samba, dando origem a um estilo conhecido como Samba-Rock, a do Música Pop e do Samba, tendo como artistas famosos Gilberto Gil, Chico Buarque e outros e no final da década de 1990 a mistura da Música latina influenciada pelo Reggae e o Samba, dando origem a um gênero conhecido como Samba-reggae.
Apesar de abrangente, a MPB não deve ser confundida com
Música do Brasil, em que esta abarca diversos gêneros da música nacional, entre os quais o Baião, a Bossa Nova, o Choro, o Frevo, o Samba Rock, o Forró, o Samba-reggae e a própria MPB.

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_popular_brasileira



MPB - Música Popular Brasileira
Texto retirado do site SuaPesquisa.com

História da MPB - Música Popular Brasileira Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturou-se em nossa terra, as cantigas populares, os sons de origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas européias. Também contribuíram, neste caldeirão musical, os indígenas com seus típicos cantos e sons tribais.

Nos séculos XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB : o lundu e a modinha. O lundu, de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita.

Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão européia. Em 1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas marchinhas carnavalescas da história.

Já no início do século XX começam a surgir as bases do que seria o samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás. O carnaval começa a tomar forma com a participação, principalmente de mulatos e negros ex-escravos. O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o primeiro samba que se tem notícia : Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início do século XIX.

Com o crescimento e popularização do rádio nas décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores : Ary Barroso, Lamartine Babo (criador de O teu cabelo não nega), Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes intérpretes da música popular brasileira : Carmem Miranda, Mário Reis e Francisco Alves.

Na década de 1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis Gonzaga, o rei do Baião. Falando do cenário da seca nordestina, Luis Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e Assum Preto.

Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com os novos sucessos de Jackson do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho, ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção. Com um ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam principalmente de amor. Destacam-se neste contexto musical : Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria e Caubi Peixoto.

Em fins dos anos 50 (década de 1950), surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos.

A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960, influenciando na música. Nesta época, a TV Record organizou o Festival de Música Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período, a TV Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa.

Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso nos quatro cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades. O mesmo acontece com DJavan (vindo de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de Minas Gerais), Belchior e Fagner ( ambos do Ceará), Alceu Valença (de Pernambuco) e Elba Ramalho (da Paraíba). No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor.

Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos estilos musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new wave. O show Rock in Rio, do início da década de 1980, serviu para impulsionar o rock nacional. Com uma temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem sucesso Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul Seixas.

A década de 1990 também é marcada pelo crescimento e sucesso da música sertaneja ou country. Neste contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário musical : Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel. Nesta época, no cenário rap destacam-se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9. O século XXI começa com o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para o público adolescente. São exemplos : Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22.

http://www.suapesquisa.com/mpb/